Alerta
Os fones de ouvido estão em todos os lugares, seja na rua, no ambiente de trabalho, na escola, no ônibus, enfim, fazem parte do cotidiano das pessoas, principalmente dos jovens. Ouvir música pelo acessório pode ser tranquilizante e prazeroso, mas por outro lado, pode ser prejudicial à saúde se o uso for constante e em volume muito alto.
De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 5% das perdas auditivas no Brasil são decorrentes do uso indevido do aparelho, equivalente a aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. Segundo a fonoaudióloga Vanessa Fonseca Gardini, as perdas auditivas são imperceptíveis no início e se desenvolvem lentamente, mas de forma irreversível. “Sons de até 58 decibéis são considerados saudáveis, mas estes fones podem atingir até 120 dB, quando ajustados no volume máximo. Esta potência equivale a uma turbina de avião no momento da decolagem. O ouvido não suporta a exposição prolongada a esses sons elevados”, afirma.
A especialista diz que devido à poluição sonora das cidades, o som é regulado cada vez mais alto e muitas pessoas passam várias horas do dia com o fone de ouvido perto do volume máximo.
O médico otorrinolaringologista Godofredo Borges, diretor da PUC Sorocaba, alerta que qualquer som acima de 80 dB pode causar danos na audição. “Qualquer tempo de utilização de sons acima de 80 dB é prejudicial à audição. Sons mais altos que isso nunca devem ser utilizados. Esse volume pode causar sérios danos auditivos, inclusive irreversíveis, como a surdez”, observa.
O médico diz que é difícil saber quantos decibéis têm cada aparelho, pois existem vários modelos e várias marcas. Ele conta que em aparelhos celulares mais modernos, como os Iphones, há um limite de 65 dB no volume permitido para os fones de ouvido. Uma maneira de evitar o som alto é observar se o volume do fone atrapalha uma conversa normal, próximo a pessoa, alerta o otorrinolaringologista. “Se o som atrapalha a conversa, dificultando que a pessoa escute o que a outra diz, o som é prejudicial e deve ser evitado”, explica Borges.
Qual o modelo menos prejudicial?
Existem dois modelos de fones de ouvido no mercado: os intra-auriculares e aqueles em formato de concha. Para a fonoaudióloga Vanessa, os mais indicados são os modelos em formato de concha, pois evitam o contato do som diretamente com o canal do ouvido, aumentando em até três vezes a intensidade do som. “O modelo intra-auricular pode, ainda, causar retenção de cera, inflamações e até machucar o canal auditivo”, explica a especialista.
De acordo com a médica, o modelo concha colabora para que o usuário não precise aumentar mais o volume, pois isola o som, impedindo que ruídos externos interfiram na audição. Porém, ela diz que qualquer modelo não deve ser utilizado por muito tempo.
Voltar